(Texto publicado originalmente no http://www.trckstage.com/2022/11/padroes-de-genero-e-esteriotipos-no.html em 11/11/2022)
Acostumados com o padrão de beleza ocidental, reproduzido, principalmente, através de artistas norte-americanos e europeus, o mundo se viu diante de um fenômeno chamado k-pop, crescendo cada vez mais nos charts, após forte influência do grupo BTS.
Em contraste com o que se via frequentemente nos palcos, sete rapazes sul-coreanos começaram a marcar presença na western media com seus cabelos coloridos e maquiagem, conquistando cada vez mais fãs ao redor do mundo.
Seria impossível, e evidentemente incorreto, afirmar que os meninos do BTS vem sendo os únicos responsáveis por revolucionar a moda e os esteriótipos masculinos, afinal diversos artistas LGBTQIA+, e outras personalidades também dentro do k-pop, vem buscando essa quebra há anos.
Ainda assim, é inegável o impacto do grupo no mundo atual, fazendo com que as pessoas não pudessem mais ignorar essa mudança nos visuais da indústria musical.
Por possuir uma grande visibilidade, o grupo acaba marcando uma grande presença no processo de desconstrução, por exemplo, ao protagonizarem photoshoots e conceitos com saias, além da maquiagem que ajuda a compôr suas criações e performances, e também faz parte da rotina, andando lado a lado com os produtos de skincare presente no cotidiano dos artistas e frequentemente compartilhados com os fãs.

Ainda assim, é inegável o impacto do grupo no mundo atual, fazendo com que as pessoas não pudessem mais ignorar essa mudança nos visuais da indústria musical.
Por possuir uma grande visibilidade, o grupo acaba marcando uma grande presença no processo de desconstrução, por exemplo, ao protagonizarem photoshoots e conceitos com saias, além da maquiagem que ajuda a compôr suas criações e performances, e também faz parte da rotina, andando lado a lado com os produtos de skincare presente no cotidiano dos artistas e frequentemente compartilhados com os fãs.

Um exemplo mais recente foi o Photo-folio protagonizado por Park Jimin, em que o artista expressou os diferentes lados de si mesmo, utilizando a maquiagem para evidenciar ainda mais a diferença entre suas personas, como foi o caso do capítulo denominado “Cor ; Liberdade”. (Você pode conferir a análise completa do Photo-folio aqui)
É claro que ainda falta um longo caminho para a quebra dos estereótipos e normas de gênero na sociedade, e, apesar da grande quantidade de idols desafiando esses conceitos na Coréia do Sul, é importante mencionar que isto é apenas uma parte da luta.
Essa diferença está presente inclusive nas atividades dos girl groups, que acabam se tornando mais estereotipadas como consequência do prazo de validade imposto, uma vez que para a indústria, as integrantes dos grupos femininos são vistas como rostos bonitos, que serão rapidamente substituídos por uma versão mais jovem.
Os conceitos muitas vezes girados em torno da hiper sexualização e infantilização feminina é fruto do male-gaze, e a necessidade de atender a fantasia do olhar masculino de que as mulheres mais jovens são as mais desejáveis, e, apesar de alcançarem um grande sucesso, muitas vezes não possuem um processo criativo de mesma profundidade, como ocorre com os boygroups, de modo que essa liberdade acaba sendo uma exceção.
Na maioria das vezes, as artistas se encontram no lado oposto da quebra dos padrões, tendo sua liberdade de criação e de se expressarem fortemente reduzida para se encaixarem nos termos da indústria, evidenciando que ainda há uma grande necessidade de mudança e evolução nesse meio - algo que vem acontecendo aos poucos, por influência de grandes nomes que vem conquistando cada vez mais o seu espaço.
É claro que ainda falta um longo caminho para a quebra dos estereótipos e normas de gênero na sociedade, e, apesar da grande quantidade de idols desafiando esses conceitos na Coréia do Sul, é importante mencionar que isto é apenas uma parte da luta.
A Representação Feminina no K-pop
As mulheres do ramo continuam vítimas de uma série de padrões de beleza inalcançáveis, uma vez que a indústria, e o público, as pressionam constantemente para a utilização de roupas “over-sexualized”, além da cobrança em cima do corpo das artistas.
No caso do k-pop, as mulheres costumam receber muito mais comentários e críticas a respeito da sua aparência e escolhas, em comparação aos homens, sendo retratadas como bonecas impecáveis, uma consequência da objetificação do corpo feminino.
As mulheres do ramo continuam vítimas de uma série de padrões de beleza inalcançáveis, uma vez que a indústria, e o público, as pressionam constantemente para a utilização de roupas “over-sexualized”, além da cobrança em cima do corpo das artistas.
No caso do k-pop, as mulheres costumam receber muito mais comentários e críticas a respeito da sua aparência e escolhas, em comparação aos homens, sendo retratadas como bonecas impecáveis, uma consequência da objetificação do corpo feminino.
Essa diferença está presente inclusive nas atividades dos girl groups, que acabam se tornando mais estereotipadas como consequência do prazo de validade imposto, uma vez que para a indústria, as integrantes dos grupos femininos são vistas como rostos bonitos, que serão rapidamente substituídos por uma versão mais jovem.
Os conceitos muitas vezes girados em torno da hiper sexualização e infantilização feminina é fruto do male-gaze, e a necessidade de atender a fantasia do olhar masculino de que as mulheres mais jovens são as mais desejáveis, e, apesar de alcançarem um grande sucesso, muitas vezes não possuem um processo criativo de mesma profundidade, como ocorre com os boygroups, de modo que essa liberdade acaba sendo uma exceção.
O que foi o caso de Moonbyul, do Mamamoo, que em seu projeto solo de 'Eclipse' contou com uma coreografia semelhante às encontradas nos trabalhos de boy groups, juntamente com os dançarinos de apoio, e visuais com tons neutros, ao invés das cores vibrantes que costumam aparecer nos cenários dos girl groups.